Álcool na Gravidez
Apesar de haver evidências desde a antiguidade sobre o efeito prejudicial do álcool (etanol), somente no final da década de 1960 e começo da década de 1970 se iniciou a pesquisa do álcool como um agente capaz de induzir malformações e retardo mental no feto. A partir de então, foi introduzido o termo Síndrome do Álcool Fetal (SAF) para definir um conjunto de características associadas ao alcoolismo materno, caracterizado por malformações, alterações principalmente faciais, retardo de crescimento, retardo da maturação psicomotora e desenvolvimento intelectual diminuído. Atualmente, esta síndrome é reconhecida como a principal causa de retardo mental em países desenvolvidos.
O etanol se distribui livremente no tecido fetal após a ingestão de bebida alcoólica pela gestante, sendo que o mecanismo de ação que leva a danos ao feto não está bem estabelecido, porém acredita-se que o álcool possa levar a falta de oxigênio para o feto e retardo de crescimento intra-uterino por provocar estreitamento (constrição) dos vasos sanguíneos. O acetaldeído, que é um subproduto altamente tóxico do etanol, pode ter também um efeito direto no desenvolvimento do embrião, apesar de não haver uma explicação para o seu mecanismo de ação. De qualquer forma, o efeito danoso final da exposição ao etanol ou seus subprodutos é a interferência na proliferação normal e na migração das células do cérebro.
O risco para uma criança que sofreu uma exposição intra-uterina ao etanol é alto (igual ou maior a 45%) se a gestante for considerada uma bebedora pesada; isto é, usuária de mais de 4 doses de uísque ou cachaça, ou 4 copos de vinho ou de cerveja por dia cronicamente. Mesmo gestantes que consomem todos os dias quantidades moderadas de álcool (entre 2 e 4 doses por dia) podem ter efeitos adversos nos filhos como; por exemplo, problemas de aprendizado na escola.
Não se conhece ainda uma dose que seja realmente segura para ingestão de álcool durante a gravidez. Recomenda-se, portanto, que uma mulher grávida evite o máximo possível beber durante a gravidez. O uso materno de álcool durante a gestação também pode levar a um aumento no risco de abortamentos e da taxa de mortalidade fetal. É importante lembrar que certas estruturas do cérebro não terminam o seu desenvolvimento após o término do período de formação dos órgãos (final da 2ª semana até a 8ª semana de gestação). Deste modo, os efeitos prejudiciais do álcool têm sido documentados com exposições intra-útero em qualquer período da gestação.
Os efeitos do etanol sobre o feto podem ser divididos em 2 entidades:
Apesar de haver evidências desde a antiguidade sobre o efeito prejudicial do álcool (etanol), somente no final da década de 1960 e começo da década de 1970 o álcool foi identificado como teratógeno capaz de induzir anomalias congênitas, deficiência intelectual e problemas neurocomportamentais que persistem até a vida adulta. A partir de então, foi introduzido o termo Síndrome do Álcool Fetal (SAF) para definir um conjunto de características associadas ao consumo de álcool durante a gravidez. Atualmente, essa síndrome é reconhecida como a principal causa de deficiência intelectual em países desenvolvidos.
O etanol se distribui livremente no tecido fetal após a ingestão de bebida alcoólica pela gestante, atinge o sistema nervoso central onde interfere com diversos processos do desenvolvimento e maturação do cérebro. O risco para uma criança que sofreu uma exposição intrauterina ao etanol é alto. Mesmo gestantes que consomem quantidades moderadas de álcool não estão isentas de risco. Não se conhece dose que segura para ingestão de álcool durante a gravidez. Recomenda-se, portanto, que uma mulher grávida se abstenha do consumo de álcool por toda a gravidez. Os efeitos prejudiciais do álcool têm sido documentados com exposições intra-útero em qualquer período da gestação.
Os efeitos do etanol sobre o feto podem ser caracterizados como a seguir:
Síndrome do Álcool Fetal (SAF)
ALTERAÇÕES FACIAIS E RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO
- Baixo peso e estatura ao nascimento e pós-natal (inferior ao percentil 10 da população para idade e sexo)
- Dismorfias faciais: fenda palpebral pequena, filtro apagado, lábio superior fino.
- Anomalias de Sistema Nervoso Central, incluindo perímetro cefálico inferior ao percentil 10 da população, anomalias estruturais como agenesia de corpo caloso; distúrbios neurológicos e comportamentais.
Efeitos Relacionados ao Álcool (ERA)
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS RELACIONADAS AO ÁLCOOL
- Cardíacas, esqueléticas, renais, oculares, auditivas (surdez) e outras (lábio leporino, por exemplo).
DESORDENS NEUROPSICOMOTORAS RELACIONADAS AO ÁLCOOL
- Anomalias de desenvolvimento, dificuldades de aprendizado, alterações no rendimento escolar, transtornos de comportamento especialmente opositivo-desafiador, problemas de atenção e de memória, dificuldades em cálculos matemáticos.
O termo FASD (Fetal Alcohol Spectrum Disorders) ou, em português, Transtornos do Espectro do Álcool Fetal é um termo amplo que inclui toda a variabilidade de apresentação da teratogênese do etanol em humanos.
IMPORTANTE: Em base de considerações práticas, o American Council on Science and Health recomenda que as mulheres gestantes limitem o seu consumo de álcool a não mais do que dois drinques (1 onça ou 30 ml de álcool absoluto) por semana, sendo que o conselho mais seguro para a mulher, que é gestante ou que planeja ficar grávida, é a abstinência de álcool.